Novo Tratamento para a Hipertensão Resistente
- Thiago Midlej
- 9 de abr.
- 2 min de leitura

Recentemente apresentado no Congresso Americano de Cardiologia (ACC.25), o estudo Advance-HTN trouxe resultados promissores sobre o uso do lorundrostat, medicação nova que inibe a produção da aldosterona, no controle da hipertensão arterial sistêmica resistente.
A hipertensão resistente é um desafio crescente na prática clínica, caracterizada por pacientes que mantêm a pressão elevada mesmo sob uso de três ou mais classes de medicamentos anti-hipertensivos.
Essa população apresenta maior risco cardiovascular e demanda novas estratégias terapêuticas — e o lorundrostat pode ser uma delas.
Metodologia do Estudo
O ensaio clínico de fase 2, incluiu 926 pacientes, dos quais 285 foram randomizados, todos em uso de dois a cinco medicamentos anti-hipertensivos padronizados.
40% mulheres
53% pacientes negros ou afro-americanos
Os participantes foram distribuídos em três grupos:
Grupo placebo
Grupo lorundrostat 50 mg/dia
Grupo lorundrostat 50-100 mg/dia (com potencial de ajuste de dose após 4 semanas, caso a PA permanecesse elevada)
O objetivo principal foi avaliar a variação da pressão arterial sistólica média (PAS) durante 24 horas após 12 semanas de tratamento.
Resultados
Os dados demonstraram reduções significativas da PAS nos grupos tratados com lorundrostat:
Placebo: -7,4 mmHg
Lorundrostat 50 mg: -15,4 mmHg
Redução ajustada vs placebo: -7,9 mmHg (p=0.001)
Lorundrostat 50-100 mg: -13,9 mmHg
Redução ajustada vs placebo: -6,5 mmHg (p=0.006)
Na semana 4, 41% dos pacientes com 50 mg/dia atingiram PAS <125 mmHg, comparado a apenas 18% no grupo placebo (OR 3.3, p<0.001).
Entre os efeitos adversos, destacou-se a ocorrência de:
Hipercalemia:
Placebo: 0%
Lorundrostat 50 mg: 5%
Lorundrostat 50-100 mg: 7%
Hiponatremia também foi mais prevalente nos grupos tratados.
Esses efeitos foram dose-dependentes, reforçando a necessidade de monitorização laboratorial cuidadosa em futuras fases.
Conclusão
O lorundrostat surge como uma estratégia terapêutica inovadora para o tratamento da hipertensão resistente, com um mecanismo de ação direcionado à via da aldosterona — um dos principais vilões no controle da pressão arterial.
Com resultados promissores de eficácia e um perfil de segurança gerenciável, aguarda-se agora a validação dos achados em estudos de fase 3, para que essa molécula possa, em breve, integrar o arsenal clínico na prática real.
Referência Autor: apresentado por: Dr. Luke Laffin, no Congresso ACC.25 – American College of Cardiology, Chicago, 29 de março de 2025.
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