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Existe relação da pressão alta com risco de demência em idosos?

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos fatores de risco mais prevalentes para demência, afetando mais do que um bilhão de pessoas em todo mundo.

Estudos prévios mostram que HAS iniciada em fase intermediária da vida está associada com aproximadamente 60% do aumento do risco todas as causas de demência e aproximadamente 25% aumento do risco da demência por Alzheimer. No entanto, os estudos em população mais velha, mostram dados conflitantes. Alguns autores observaram, em metanálises, que altos valores de pressão arterial podem estar associado até a redução do risco de demência.  Alguns estudos mostraram que a associação de HAS e demência pode ser variada de acordo com o sexo ou grupo racial. Enquanto estudos de base populacional em pacientes acima de 60 anos encontraram que pressão elevadas pode estar associados com diminuição do risco de demência, outros trials, realizados com anti-hipertensivos, indicam que pressão mais baixa produz melhores resultados cognitivos.

 

Uma metanálise baseado em dados individuais dos participantes (IPD metanálise) ,publicada em 2023,  foi realizada para delinear a precisa associação da pressão arterial e o uso de anti-hipertensivos e o  risco de progressão para demência bem como entender a diferencial associação da pressão com demência em variáveis como idade sexo e grupos raciais.

 

Foram incluídos 17 estudos, multicêntrico, com 34519 participantes de uma corte  (COSMIC). Todos os estudos foram longitudinais baseados em estudos populacionais que incluíam avaliação cognitiva e status de demência.

 

A medida de seguimento foi de 4.3 anos, com média de idade de 72.5 anos e 58.4 % eram mulheres. A média da pressão arterial sistólica na linha de vase foi de 138.7 mmHg e a pressão arterial diastólica era 80.2 mmHg. No total, 35.5 % eram controles saudáveis,  50.3 % tinham hipertensão tratada e 9.8 % hipertensão não tratada. 4.4 % foram excluídos.

 

Esse estudo encontrou o que adultos mais velhos com hipertensão não tratada tiveram um aumento significativo do risco de demência em relação com os controles saudáveis e indivíduos com hipertensão tratada. O estudo ainda encontrou que ,mesmo entre pacientes com 70 e 80 anos houve um significativo aumento do risco de demência em nos indivíduos com hipertensão não tratada comparados com os grupos de hipertensão tratadas. 

 

Para os participantes com hipertensão tratada, o estudo descobriu que, ao longo, não houve aumento do risco de demência em comparação com controles saudáveis.  O estudo não encontrou significativa diferença entre grupo racial ou sexo. Este estudo verificou que a PAS e a PAD basais não modificaram significativamente a associação de hipertensão arterial e uso de anti-hipertensivos com o risco de demência e também, não encontrou associação significativa entre PAS ou PAD basais no final da vida e risco de demência em nenhuma das análises.

 

Os autores concluem que esses resultados fornecem os dados mais fortes até o momento sobre a importância do uso de anti-hipertensivos mesmo no final da vida.  O uso de anti-hipertensivos associou-se à diminuição do risco de demência em indivíduos hipertensos em fases mais tardias da vida. Assim, a redução do risco de demência pode ser 1 dos múltiplos objetivos do tratamento anti-hipertensivo.

 

Referência: Use of Antihypertensives, Blood Pressure, and Estimated Risk of Dementia in Late Life, JAMA Network Open, 2023

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